Teleassistência é alternativa para saúde pública em época de crise financeira


26.06.2017

Em 780 municípios mineiros, o sistema público de saúde conta com um reforço de peso: a Rede de Teleassistência de Minas Gerais, coordenada pelo Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG). Criado em 2005, o serviço dá suporte aos atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de forma remota e por meio de modernas tecnologias de informação e comunicação, nos quatro cantos do Estado. Além de contribuir com a saúde do paciente, proporcionando conforto no atendimento e diagnósticos mais precisos e rápidos, o maior benefício da teleassistência é a redução dos gastos em tempo de crise financeira e corte de verbas.

Em alguns casos, o referenciamento de pacientes – encaminhamento para um centro de referência para consultas ou exames especializados – pode chegar a 50% do orçamento municipal da saúde de um município. O atendimento remoto realizado pelo Hospital das Clínicas da UFMG reduz em até 80% esses encaminhamentos, gerando economia aos cofres públicos. Os profissionais de saúde solicitam segunda opinião sobre um caso clínico (teleconsultoria) ou exames de imagem como eletrocardiograma, que são enviados pela internet para análise e/ou opinião de especialistas.

“A maior parte dos municípios mineiros não consegue manter um cardiologista, por isso mesmo o paciente precisa de atendimento especializado em outro local. O gasto vai além do profissional, incluindo combustível, manutenção dos veículos, diárias. Com o serviço de telessaúde, exames de imagem como eletrocardiograma são analisados e respondidos em poucos minutos, sem a necessidade de deslocamento do paciente, o que diminui o número de internações hospitalares”, afirma o coordenador de novos negócios da Rede de Telessaúde de Minas Gerais, Renato Minelli.

Estudos da relação custo-benefício das atividades do Centro de Telessaúde do HC/UFMG mostram que a economia no referenciamento é de R$ 72. Já o custo da teleassistência é de cerca de R$8. Desde o início das operações do serviço, já foram realizados cerca de 3,2 milhões de exames de ECG, 106 mil teleconsultorias e R$184 milhões de reais de economia.

Investimento

Cerca de 2500 exames de ECG e 70 teleconsultorias são realizados por dia no Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG, que envolve aproximadamente 100 profissionais. O investimento para os municípios é baixo. É necessária a compra de um eletrocardiógrafo digital de 12 derivações ao custo de R$4800. No caso específico da teleconsultoria, não existe nenhum investimento a ser feito, já que os profissionais de saúde podem utilizar os computadores já existentes.

O que é o Telessaúde

Com o objetivo de dar suporte ao atendimento à saúde da população é que foi criada a Rede de Teleassistência de Minas Gerais. Por meio de tecnologias de informação e comunicação, médicos podem interagir de forma remota com especialistas de sete universidades públicas – UFMG, UFU, UFTM, UFJF, Unimontes, UFVJM e UFSJ. A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e o Ministério da Saúde são os principais financiadores do serviço.

No HC-UFMG, uma equipe de profissionais de saúde e de informática e gestores em saúde atuam em sintonia com as políticas públicas nacionais, estaduais e dos municípios mineiros, sempre com o objetivo de facilitar o acesso dos pacientes aos serviços de saúde e dos profissionais ao conhecimento em saúde.

Os profissionais de saúde dos municípios solicitam segunda opinião sobre um caso clínico (teleconsultoria) ou exames de imagem como eletrocardiograma, que são enviados pela internet para análise e/ou opinião de especialistas.  Os exames são analisados e respondidos no mesmo dia e, em caso de urgência, em poucos minutos. As teleconsultorias são respondidas em até 24 horas por plantonistas exclusivo para telessaúde nos hospitais universitários.

Por Luna Normand de Assis Rocha

 Fonte: HC-UFMG.  Disponível em: < http://www.ebserh.gov.br/web/hc-ufmg/noticias/-/asset_publisher/7d2qZuJcLDFo/content/id/2185600/2017-06-teleassistencia-e-alternativa-para-saude-publica-em-epoca-de-crise-financeira >. Acesso em: 26 de Junho de 2017.

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