Centro de Telessaúde inicia expansão para a América Latina


01.06.2018

A experiência do Centro de Telessaúde do Hospital das Clínicas da UFMG vai cruzar as fronteiras brasileiras. O centro mineiro e a Pontificia Universidad Católica del Perú (PUCP) firmaram acordo de cooperação internacional que possibilitou a execução de um projeto piloto de serviços de saúde à distância nas áreas de cardiologia e oftalmologia em áreas rurais do Peru. O convite partiu da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), que realizou, nos dias 3 e 4 de maio, na capital peruana Lima, a segunda edição do “FAPEMIG-PUCP: promovendo pesquisa em conjunto com o Peru”.

Esse primeiro passo da cooperação, realizado em uma unidade de saúde no vilarejo ribeirinho de Santa Clotilde, no Departamento de Loreto (como são chamadas as unidades federativas no Peru), foi bem-sucedido. Agora, tendo sido feita a prova de conceito, está sendo preparado um projeto que viabilize o financiamento da implantação e expansão do serviço para pelo menos outros 12 pontos, envolvendo também profissionais médicos da Universidad Nacional Mayor de San Marcos e da Universidad Peruana Cayetano Heredia, em Lima.

Loreto inclui toda a Amazônia peruana, com pouco mais um milhão de habitantes distribuídos em cerca de um terço do território daquele país. “Os testes já foram feitos. Em março, recebemos no HC a médica peruana Ana Gutierrez, que veio conhecer a nossa experiência. Foram levados para a unidade de saúde de Santa Clotilde um notebook, um eletrocadiógrafo e um retinógrafo, além do sistema parcialmente traduzido para o espanhol. Logo em seguida, em maio, eu e o professor Daniel Vítor estivemos em Santa Clotilde para dar início ao projeto piloto”, contou o coordenador do Centro de Telessaúde, o cardiologista e professor Antonio Ribeiro.

Cobertura

Se tudo der certo, a proposta é ofertar telediagnóstico em regiões peruanas de difícil acesso. “Tratam-se de locais remotos, com histórico de doenças infecciosas, mas que estão vivendo uma transição epidemiológica com o crescimento do número de casos de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Porém, faltam no Peru políticas públicas bem estabelecidas para controle dessas doenças”, afirmou o médico.

Segundo ele, essa colaboração internacional contribuirá com o desenvolvimento de regiões rurais peruanas, já que a tecnologia desenvolvida no Hospital das Clínicas da UFMG ajudará no diagnóstico e no tratamento de doenças, podendo antecipar a implantação de políticas públicas específicas em diversas partes do Peru.

 

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